Três Lagoas aparece em destaque entre as cidades mais afetadas de Mato Grosso do Sul por descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, alvo da operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Até esta terça-feira, 03, 282 pessoas do município já formalizaram reclamações nas agências dos Correios.

A investigação revelou um esquema bilionário que operava desde 2019, aplicando descontos de mensalidades associativas sem consentimento dos beneficiários. Em todo o estado, já são 4.521 queixas registradas, sendo Campo Grande (1.317), Três Lagoas (282) e Corumbá (212) os municípios com maior número de ocorrências. Em todo o Brasil, o número de reclamações ultrapassa os 315 mil casos confirmados.

De acordo com os Correios, os dados não incluem atendimentos sem identificação de cobrança irregular, o que reforça a gravidade dos números apresentados. Segundo a investigação da PF, 97% dos aposentados entrevistados afirmaram desconhecer o vínculo com as associações que realizavam os débitos mensais em seus benefícios.

Desde abril, o INSS começou a devolver os valores descontados de forma indevida, depositando diretamente nas contas dos beneficiários prejudicados. Para registrar reclamações, os aposentados podem se dirigir a uma agência dos Correios ou conferir a existência de descontos não autorizados por meio do aplicativo ou site Meu INSS:

Como verificar se você foi vítima:
Acesse o site Meu INSS ou baixe o aplicativo (Android/iOS).
Faça login com seu CPF e senha do Gov.br.
Clique em “Extrato de Pagamento” para verificar todos os descontos aplicados ao benefício.
Caso encontre valores suspeitos, solicite o cancelamento imediato ou registre contestação via Correios.
Para mais informações ou dúvidas, o beneficiário pode entrar em contato com a Ouvidoria do INSS pelo telefone 135.

A operação continua em andamento, e a recomendação é que todos os segurados fiquem atentos aos seus extratos e não deixem de registrar qualquer cobrança indevida, especialmente em cidades como Três Lagoas, onde o número de vítimas já ultrapassa a casa das centenas.

Fonte: Rádio Caçula