Sob pressão de aliados, Temer cancela agenda oficial desta quinta

Lava Jato

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Sob pressão de aliados, Temer cancela agenda oficial desta quinta
Michel Temer decidiu cancelar todos os compromissos de sua agenda oficial nesta quinta-feira (18), após a repercussão da delação do dono da JBS, Joesley Batista, com uma gravação, feita durante o mandato do peemedebista, dando aval para que fosse comprado o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), preso na Operação Lava Jato. O deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), indicado por Temer para negociar, via propina da JBS, o silêncio de Cunha, foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley. Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?". A agenda inicial previa reuniões com parlamentares do PSDB, PMDB, PP, DEM, PTB, PSD e PSB. Após o encontro que teve com o coordenador da bancada do Acre, senador Sérgio Petecão (PSD), os demais compromissos foram cancelados, por volta das 10h. Na saída da reunião, Petecão disse que o presidente estava tranquilo e que falou muito em "conspiração". "Ele falou várias vezes: 'não vou cair, vou ficar firme, estou firme'. Pediu as fitas, os áudios, falou também que vai fazer pronunciamento em rede nacional. Falou que vai ver os vídeos e os áudios. Acredita que é uma conspiração. Nesse momento que o governo começa a dar sinais. Esse fato [as denúncias] prejudica o país. Todo mundo está preocupado." Depois de cancelar a agenda, Temer recebeu ministros do núcleo político em seu gabinete no Palácio do Planalto. Ele tinha 18 encontros agendados. Após os cancelamentos, o presidente se reuniu com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). A segurança do Planalto foi reforçada. Na parte externa, grades foram colocadas cercando o prédio para evitar a ação de manifestantes. Na parte interna, seguranças e integrantes do Batalhão da Guarda Presidencial, do Exército, também circulam pelo prédio. Delação As gravações foram entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira passada. Joesley e Wesley, donos da JBS, estavam acompanhados de mais cinco pessoas, todas da empresa. Diante de Fachin, a quem cabe homologar a delação, os sete presentes ao encontro confirmaram: tudo o que contaram à Procuradoria-Geral da República em abril foi por livre e espontânea vontade, sem coação. Joesley disse, ainda, que pagou R$ 5 milhões para Eduardo Cunha após sua prisão. O valor é referente a um saldo de propina que o deputado cassado tinha com ele. O empresário também revelou que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.

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