“Segurança do paciente começa no acolhimento”, ressalta Eduarda Tebet

Coordenadora do NEGESP destacou que educação e mudança de cultura são os maiores desafios à serem discutidos em evento, no dia 10 de setembro em Campo Grande

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“Segurança do paciente começa no acolhimento”, ressalta Eduarda Tebet

A segurança do paciente, desde a gestação até o nascimento, foi o foco de um encontro promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, em parceria com o Núcleo Estadual de Gestão e Estratégia em Segurança do Paciente (NEGESP). A coordenadora do núcleo, doutora Eduarda Tebet, em entrevista nesta terça-feira, 26, destacou os avanços, desafios e a importância de envolver não apenas profissionais da saúde, mas também a comunidade na busca por uma assistência mais segura.

Segundo a médica, apesar da redução das mortes maternas nos últimos anos, de 54 casos em 2022 para 15 em 2025, ainda há muito a avançar. “As principais falhas que encontramos estão relacionadas a hemorragias maternas, hipertensão gestacional e infecções. Muitas dessas situações poderiam ser evitadas se o atendimento acontecesse no tempo correto”, afirmou.

Um dos pontos centrais do encontro será a adoção de protocolos internacionais de segurança, como listas de verificação para partos seguros, já utilizadas em alguns hospitais. Embora os resultados sejam animadores, Eduarda ressalta que a adesão ainda não é completa em todas as unidades do Estado.

Outro desafio apontado pela coordenadora é o acesso. Com um território extenso e municípios distantes dos centros de referência, muitas gestantes de alto risco ainda enfrentam dificuldades para receber atendimento adequado em tempo hábil. “Precisamos ampliar o número de maternidades preparadas e criar casas de apoio próximas aos hospitais de referência, para que gestantes de alto risco não percam tempo em longos deslocamentos”, explicou.

A médica também destacou a importância de mudar a cultura dentro dos hospitais, estimulando notificações de falhas sem medo de punições. “Normalmente, a falha não é individual, mas do sistema. Quando notificamos, aprendemos com o erro e evitamos que ele se repita”, disse.

O evento estadual sobre qualidade da assistência materna e neonatal acontecerá no dia 10 de setembro, na Escola de Saúde Pública Dr. Jorge Davi Nasser, em Campo Grande, e será voltado a profissionais de saúde, gestores municipais e representantes da comunidade.

Para a doutora Eduarda, o caminho para reduzir mortes maternas e neonatais passa principalmente pela educação continuada. “Segurança do paciente não depende apenas de grandes investimentos. Muitas vezes, simples mudanças de rotina e o cumprimento rigoroso dos protocolos já salvam vidas”, concluiu.
 

Fonte: Rádio Caçula

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