Manifestantes sem-terra deixam usina São Fernando após intervenção do MPT

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Manifestantes sem-terra deixam usina São Fernando após intervenção do MPT
Um grupo com aproximadamente 200 pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupou as instalações da usina São Fernando Açúcar e Álcool Ltda, depois que representantes do Ministério Público do Trabalho, Justiça estadual e Polícia Militar compareceram ao local para entrega de mandado de reintegração de posse, expedido pela 2ª Vara Cível de Dourados/MS. Os invasores permaneceram por cerca de sete horas na usina e saíram na tarde dessa segunda-feira (27). Segundo o procurador do Trabalho Jeferson Pereira, que acompanhou o cumprimento da liminar, os manifestantes estavam impedindo o acesso de funcionários da usina aos postos de trabalho e prejudicando a realização de atividades que exigem elevado nível de concentração. "A usina produz combustível altamente inflamável, o que torna a permanência dos invasores na área extremamente perigosa, além de ilegal, pois aumentam as chances de uma explosão, com danos ao meio ambiente e à vida das pessoas", ponderou Jeferson Pereira. Ainda conforme o procurador, o ingresso na usina exige a utilização de Equipamentos de Proteção Individual e treinamento de integração, os quais nenhum dos invasores possui. Na ocasião, oficiais da Justiça intimaram as lideranças do movimento – entre elas, Vanildo Elias de Oliveira, conhecido como Douglas – para prestarem esclarecimentos sobre os fatos no prazo de 15 dias. Embora a reintegração tenha ocorrido de forma pacífica, foram identificados danos materiais no local devido a um confronto entre os manifestantes e funcionários da empresa horas antes. Na recepção e no refeitório, vidros foram quebrados, além de portas e janelas danificadas. O grupo responderá pelos prejuízos causados. Os sem-terra reivindicam a desapropriação da usina e da fazenda São Marcos, pertencentes ao grupo São Fernando, com base em decreto do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário, que destinaria para a reforma agrária terras de grandes devedores da União. Após a saída da usina, o grupo se dirigiu à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Dourados, onde permanece até o momento.

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