Governado afirma que delatores são 'picaretas' que queriam usufruir de emissão de 'notas frias'
Em Três Lagoas

Fazendo referência aos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) voltou a chama-los de "picaretas" e afirmou que vai provar que eles queriam usufruir emissão de notas frias para creditar de imposto e fazer disso um ganho e como não teriam conseguido fazer isso no seu governo, citaram seu nome na delação premiada das investigações da Lava Jato.
O pronunciamento do governador aconteceu na manhã desta terça-feira (30) na Praça Senador Ramez Tebet, durante a entrega de viaturas para as Polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros de Três Lagoas e de outras cinco cidades da região.
Na entrega, Três Lagoas recebeu 7 viaturas, sendo 2 para a Polícia Militar e 3 para Polícia Civil e 2 para o Corpo de Bombeiros. Já os outros municípios foram Água Clara (2 viaturas, sendo 1 PM e outra Polícia Civil); Bataguassu (4 viaturas, sendo 2 PM e 2 Polícia Civil); Brasilândia (2 viaturas, sendo 1 PM e 1 Polícia Civil); Santa Rita do Pardo (1 viatura PM) e Selvíria (2 viaturas, sendo 1 PM e 1 Polícia Civil).
Azambuja disse que continuará trabalhando pelo Estado e fazendo os investimentos importantes. Em seguida, completou: "não tenham dúvidas que nenhuma dessas denúncias fantasiosas desses picaretas ficará sem respostas. Todas elas (denúncias) terão uma resposta do nosso governo e da pessoa do governador", pontuou.
O governador ressaltou ainda é fácil jogar o nome de uma pessoa na "lama", mas pra falar terá que provar. Por outro lado, ele disse que seu governo provará as inverdades dos donos da JBS que tentaram usufruir de benefícios do Estado e que ele não aceitou.
Azambuja reforçou que empresário sério não precisa ter benefício diferente da cadeia produtiva se quiser trabalhar no Mato Grosso do Sul e que continuará buscando investimento inclusive para Três Lagoas e para a região e alguns investimentos já estão sendo identificados. "Com certeza as empresas vão continuar tendo total apoio do governo, porque você trocar imposto por emprego, é algo que aquece a economia e dá benefício a pessoas desempregada. Agora que nós não vamos aceitar é fazer benéfice para nenhum tipo de empresário que na realidade eu não tenho nem como empresário. São Picaretas que querem usufruir emissão de notas frias para creditar de imposto e fazer disso um ganho e eu vou provar isso a vocês", desabafou o governador.
Segundo Azambuja, 1.199 empresas tem acordo com o governo de isenção de impostos e estão trabalhando corretamente pelo desenvolvimento do estado.
O governador também recebeu o apoio do deputado Carlos Alberto David dos Santos (Coronel Davi_PSC) e o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro.
O deputado foi taxativo. "Tem uma massa de tranvestido de empresários, que são verdadeiros bandidos sonegadores de impostos e o tempo vai dizer isso", alfinetou o deputado.
Coronel Davi disse ainda que depois de tudo esclarecido servirá apenas para fortalecer Reinaldo Azambuja. "Você (governador) saíra ainda mais forte e esses bandidos tem que ir pra cadeia".
O Prefeito Angelo Guerreiro disse Azambuja vem fazendo um bom trabalho para a população e quem está fazendo bem ao povo não deve "abaixar a cabeça". "A população saberá separar o joio do trigo", disse Guerreiro.
**Entenda a delação**
O Empresário Wesley Batista, um dos sócios da JBS, disse em delação premiada no âmbito da operação Lava Jato que esquema de propina em Mato Grosso do Sul era negociado diretamente com o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB). Ele indicou que houve pagamento de R$ 10 milhões pelo grupo.
Depoimento foi dado em Curitiba, em 4 de maio deste ano, e houve homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
Conforme Wesley, foi feito pagamento em espécie no total de R$ 10 milhões para Reinaldo Azambuja. A propina seria para garantir que a empresa, que domina o setor de frigorífico no Estado, mantivesse benefício no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Em nota, o governador Reinaldo Azambuja informou que apenas um termo de acordo com o Grupo JBS foi assinado na gestão dele e que tudo está dentro das leis de incentivos fiscais. Em relação ao recebimento de R$ 10 milhões, o tucano disse que o dinheiro para a campanha foi repassado pela Direção Nacional do PSDB e declarado na prestação de contas.
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