Figurinista da Globo desabafa e relata suposto assédio de Zé Mayer
abuso

A denúncia de que uma funcionária da TV Globo havia sido assediada pelo ator José Mayer, o Tião de 'A Lei do Amor', ganhou forma, cara e detalhes. A vítima, a figurinista Su Tonami, decidiu sair do anonimato e detalhou o assédio que afirma ter sofrido. No início do mês, o colunista Leo Dias, do jornal O Dia, adiantou a denúncia, mas sem citar o nome da vítima. Porém, agora a coisa toma outra dimensão, já que Tonami relatou detalhes do ocorrido na Folha de S. Paulo, na coluna 'Agora Que São Elas'.
O texto havia sido publicado por volta de 00h45 desta sexta-feira (31), mas saiu do ar pela manhã após a grande repercussão e após vários jornais mencionarem o desabafo da figurinista.
**Confira a seguir trechos do relato:**
"Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista"
"A primeira 'brincadeira' de José Mayer Drumond comigo começou há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se inicia com o simples: "como você é bonita". Trabalhando de segunda à sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus "elogios". Do "como você se veste bem", logo eu estava ouvindo: "como a sua cintura é fina", "fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho", "você nunca vai dar para mim?".
"Foram meses envergonhada, sem graça, de, não raros, sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: "você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?'"
"Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha b*ceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam ser eu, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua "piada". Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade".
"Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontra-lo. Tentando driblar sua presença pra poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E pra me segurar, eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido".
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