Falta de concorrência trava venda de animais; JBS é responsável por 80% da demanda
Norte do Estado

Os pecuaristas no Mato Grosso do Sul enxergam a frente um cenário incerto. A JBS que corresponde a cerca de 80% dos abates na região Centro- Norte de MS, deixou de comprar à vista e tem sacudido o mercado.
Conforme conta o pecuarista e conselheiro da Famasul (Federação de Agricultura do Mato Grosso do Sul), Janes Bernardino Onório Lírio, os produtores não querem assumir o risco de vender para a JBS, em contrapartida não tem outras opções de abate na região.
No frigorífico menor, os rumores são de que as escalas já estariam preenchidas para todo mês de junho. Sem opção, os pecuaristas vendem somente a necessidade de fazer caixa.
Segundo Lírio, a somatória de todos os descontos para receber à vista chega a 5% sobre um preço da arroba já defasada. "E ainda temos o problema de precisar endossar a nota promissória junto à instituição financeira. Se chegar no dia do vencimento e o frigorífico não pagar, temos que arcar com a dívida no banco", explica o produtor.
A situação traz tanta incerteza que os pecuaristas já estão revendo suas estratégias para esse ano. "Quem ia fazer confinamento já desistiu. A não ser aqueles que já tinham fechado alguma coisa na bolsa."
Para Lírios, dois cenários são possíveis nesse desdobramento. Na visão mais pessimista os produtores continuariam sem alternativa de venda e os preços da arroba cairiam ainda mais. Já do ponto de vista otimista, a JBS voltaria ao mercado pagando mais pela necessidade de preencher suas escalas.
A verdade é que analises ainda são incertas e, o produtor espera que tudo fique mais claro antes das pastagens começaram a perder capacidade de suporte.
**Tudo planejado**
A JBS decidiu parar de pagar os pecuaristas à vista antes mesmo de as denúncias serem divulgadas. Como a venda a prazo deixa o caixa da empresa mais robusto, a percepção do mercado é de que a mudança na forma de pagamento foi um movimento antecipado do grupo para proteger suas finanças. Desde a divulgação da delação, os negócios seguem em ritmo mais lento. O clima é de incerteza. O preço da arroba caiu e leilões foram interrompidos. "Quem pode está segurando o boi, por enquanto", diz Jonatan Barbosa, presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul).
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